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segunda-feira, 25 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 13 / Revista nº 72

                                             

O Fim dos Tempos

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Daniel 7.9-14,26,27
9- Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa-la; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente.
10- Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros. 
11- Então, estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que provinham da ponta; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo.
12- E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio, todavia, foi-lhes dada prolongação de vida até certo espaço de tempo. 
13- Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nu- vens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. 
14- E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído. 26- Mas o juízo estabelecer-se-á, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim.
27- E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.

TEXTO AUREO
  E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Daniel 12.4

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Apocalipse 22.10 
Próximo está o fim
3ª feira - Daniel 12.1
A Grande Tribulação, um período singular
4ª feira - Daniel 12.2
As ressurreições para a vida ou o desprezo eterno
5ª feira - Daniel 12.4
A Ciência se multiplicará
6ª feira - Daniel 9.27
O Assolador trará abominações
Sábado - Daniel 7.13,14
O Filho do Homem vem

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: 
  Entender as revelações de Deus no livro de Daniel;
  Interpretar corretamente as mensagens proféticas reveladas a Daniel;
  Conscientizar-se da proximidade do fim do mundo e da necessidade de vigilância e oração.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Com alegria em Cristo, concluímos mais um trimestre, no qual aprendemos sobre os Profetas Maiores, com seus vaticínios e ensinamentos morais, sociais, familiares e espirituais Certamente, nossa vida e ministério foram abençoados com essas verdades.
  Nesta última lição, abordaremos um conjunto de profecias que o Senhor revelou ao Seu servo, Daniel. O conteúdo de tais vaticínios transcende à época do profeta, pois trata do fim da
  História, confirmando a inspiração divina das Escrituras. Mostre aos seus alunos que algumas dessas profecias já se cumpriram, e as demais terão o seu cumprimento dentro do tempo determinado pelo Senhor.
  Tenha uma aula abençoada.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Por sua mensagem escatológica (caps. 7-12), o livro de Daniel é conhecido como Apocalipse do Antigo Testamento. Em Daniel, o Senhor é apresentado como aquele que conhece o futuro e o descortina aos Seus servos, revelando o que está por vir. Tais ensinos constam nas Escrituras como um alerta a todos, um chamado à vigilância e oração, visando à solidificação da fé (Dn 12.13).

1. AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
  No segundo capítulo do livro de Daniel, Deus revela o futuro dos impérios e das nações gentílicas por meio do sonho de Nabucodonosor. No nono capítulo, é de grande importância o estudo escatológico, que trata da revelação do futuro da nação de Israel.
  Na terceira e última fase das se- tenta semanas, Deus revela a Daniel o que ocorrerá com a nação de Israel no período da Grande Tribulação (Dn 9.27). Essa visão foi revelada mais tarde, em detalhes, ao apóstolo João na ilha de Patmos, e está registrada no livro de Apocalipse (caps. 6-19).
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  As setenta semanas foram determinadas por Deus com as seguintes finalidades: (...) extinguir a transgressão e dar fim aos pecados; expiar a iniquidade; trazer a justiça eterna; selar a visão e a profecia; ungir o Santo dos santos (Dn 9.24).
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1.1. Entendendo as setenta semanas
  Há uma clara distinção entre os 70 anos que Judá passaria no cativeiro babilónico e a mensagem das setenta semanas.
  De acordo com o profeta Jeremias, Judá, em razão de sua desobediência à Palavra do Senhor e à dureza de coração, ficaria cativo na Babilônia por 70 anos. Pelo estudo da Palavra, Daniel entendera que esse tempo estava terminando (Jr 25.11-13; 29.10; Dn 9.2) - era o juízo divino aplicado à nação santa por sua constante desobediência (2 Cr 36.15-21: Lv 26.31-35,43).
  As setenta semanas, no entanto, são as revelações de Deus para a plano exclusivo para a nação de Israel, por intermédio do anjo Gabriel (Dn 9.21,22), as quais incluem um período único dividido em três fases. Por meio dessas setenta semanas fica evidente a ação divina, tanto na revelação dos acontecimentos futuros quanto na determinação do seu cumprimento os quais se sucedem (acontecimentos e cumprimento) dentro dos períodos específicos escolhidos por Sua soberana vontade. Assim, com Seu poder e graça, o Altíssimo colocará um ponto final na prática do pecado; e, com Sua bondade e justiça, providenciará a restauração de Israel.
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  A expressão setenta semanas refere-se não à semana de dias, mas à de anos. No original hebraico, quando o escritor sagrado faz referência a dias, usa o termo yamim (Dn 10.2.3). Semana de anos é uma expressão que ocorre em outras passagens bíblicas, tais como em Gênesis 29.20,27; Levítico 25.8; Números 14.34; Ezequiel 4.6.
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1.2. As duas fases iniciais
  As setenta semanas estão divididas em três fases distintas, claramente reveladas na passagem bíblica. As duas semanas iniciais - de sete semanas e 62 semanas (Dn 9.25.26) - fazem parte da História, isto é, já se cumpriram; a última - uma semana (Dn 9.27) - ainda está por se cumprir.

1.2.1. A primeira fase
  A primeira fase de sete anos começa na ordenança de restauração da cidade - Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém (Dn 9.25),- fato ocorrido no ordenamento do imperador Artaxerxes Longímano, em 445 a.C., aproximadamente, período em que o copeiro Neemias recebeu a autorização para realizar essa grande obra (Ne 2.1-8). Foi um tempo marcado por angústias, perseguições, mentiras, provocações e ameaças (Dn 9.25; Ne 4-6).

1.2.2. A segunda fase
  A segunda fase de 62 semanas é marcada pelo aparecimento do Príncipe, o Messias, (o Ungido) e Sua morte (Dn 9.26). A profecia ensina-nos que Deus cumpriria Sua promessa de enviar um descendente de Davi para reinar e praticar justiça sobre a terra (Jr 23.5.6).
  Mateus, o escritor do primeiro Evangelho, apresentou enfaticamente a realeza de Jesus (Mt 1.1). Ele ainda destacou o tríplice ministério de Cristo: Profeta, Sumo Sacerdote e Rei, pois Ele fora ungido para essas funções. E, como ápice, escreveu sobre Sua morte redentora. A morte e ressurreição de Cristo aconteceriam antes da destruição da cidade de Jerusalém e do segundo Templo, ambos profetizados pelo Messias em Sua célebre mensagem escatológica (Mt 24; Mc 13, Lc 21). 
  O segundo personagem na passagem é apresentado como o príncipe que há de vir. O seu povo destruiria a cidade e o Templo fatos que ocorreram no ano 70 a.D., quando o general Tito e suas legiões romanas invadiram Jerusalém, levando destruição e morte aos judeus.

1.3. A terceira e última fase
  A terceira fase será de uma semana, que começará com uma aliança entre Israel e o anticristo.
  Essa última semana refere-se ao período da Grande Tribulação, que abrangerá um tempo de sete anos, divididos em duas partes iguais de anos:
  As duas primeira metade (os três anos e meio iniciais) será marcado pela falsa paz (Ap 3.10; 6-9; 7.14);
  A segunda metade (os três anos e meio finais) será marcada pelo rompimento entre Israel e o anticristo. Em função disso, o anticristo e seus aliados com ódio profundo - Intensificarão as ameaças e perseguições contra a nação de Israel (Ap 10-18).
  Deste modo, cumprir-se-á esta parte da profecia de Daniel.

2. PROFECIAS SOBRE O ANTICRISTO EM DANIEL
  Nas Escrituras Sagradas, o título anticristo aparece ape- nas na primeira epístola de João (1 Jo 2.22). O livro de Daniel destaca a personalidade, origem e fim de carreira dessa figura que se levantará no período da Grande Tribulação.

2.1. Quem é o anticristo?
  Por meio dos seus nomes, revelados em Daniel, pode-se conhecer um pouco deste personagem que aparecerá no fim dos tempos.
  Chifre pequeno (Dn 7.8,20) nas Escrituras Sagradas, a expressão chifre (ou ponta) corresponde a poder; assim, ele será um homem poderoso que, com habilidade, usará a oratória para convencer a muitos.
  Rei feroz de cara (Dn 8.23) - corresponde ao seu olhar arrogante, insolente e orgulhoso.
  Príncipe que há de vir (Dn 9.25,26) esta passagem deixa claro que o anticristo jamais será comparado ao Messias, que é o único Príncipe. O anticristo aparecerá na primeira etapa da segunda vinda de Cristo ao mundo.
  O Assolador (Dn 9.27) - este é um termo de difícil interpretação, mas estudiosos entendem que corresponderia à profanação da profanação ou abominação que causa horror. O Assolador, ou abominável da desolação, ocorrerá quando o anticristo assentar-se no trono do Templo em Jerusalém (2 Ts 2.4).
  Homem vil (Dn 11.21) o anticristo será um homem infame, praticante de atos vis e desprezíveis; uma pessoa sem princípios morais, que usará do engano para conquistar seus objetivos. 
  Rei obstinado (Dn 11.36) - com arrogância se levantará contra todo tipo de culto e, principalmente, contra toda adoração ao único Deus, além disso blasfemará do Altíssimo, do Seu Tabernáculo e dos que habitam no céu (Ap 13.4-6).

2.2. O reinado e o fim do anticristo
  O reinado do anticristo, na Grande Tribulação, será o último antes do governo de Jesus, o Cristo, que, com poder e grande glória, colocará um ponto final em todos os sistemas de domínio conhecidos pela humanidade. Tal reinado será uma continuidade do Império Romano (Dn 7.7,8; 19,20) - com características dos Impérios Babilónico, Medo-persa e Greco-macedônico - e surgirá dentre as nações (Ap 13.1,2; 17.15).

2.2.1. Significado de dez dedos
  Em Daniel, o reino do anticristo é chamado de dez dedos, que será uma mistura de barro governos democráticos e ferro governos ditatoriais (Dn 2.33,40, 41). Ele terá dez pontas (Dn 7.20), uma representação de autoridades que entregarão o poder ao anticristo (Ap 17.12,13). Este reino maligno das trevas será definitivamente derrotado quando o Senhor Jesus manifestar-se na parte final da Grande Tribulação.

2.2.2. O Reino Milenial
  Daniel compara o Reino de Cristo Reino Milenial - a uma pedra que não foi cortada por mãos humanas, ou seja, que não terá ajuda de qualquer criatura. O Filho de Deus destruirá os dez dedos - figura do reino do anticristo,- consumirá todos os governos e o Seu Reino será estabelecido paгa sempre (Dn 2.43-45).

2.2.3. A Batalha do Armagedom
  O anticristo será derrotado e preso por Jesus na Batalha do Armagedom e lançado com o falso profeta no lago de fogo e enxofre (Ap 19.11-21). Assim, após um período de três anos e meio, que corresponde à segunda e última fase da Grande Tribulação, o juízo será estabelecido sobre o anticristo e o seu reino (Dn 7.25-27).
  De maneira magistral, o apóstolo Paulo declara que este representante de Satanás terá uma derrota humilhante (ler 2 Ts 2.8). O homem mais poderoso de todas as épocas será aniquilado, como um nada, apenas pelo sopro da boca de nosso Senhor Jesus Cristo.

3. O FIM DOS TEMPOS
  Com sabedoria e poder, Deus encaminha os fatos históricos para o grande desfecho, no qual todo pecado e toda maldade, em suas variadas formas, terão um fim. Então, a verdade e paz imperarão para sempre.

3.1. A Grande Tribulação
  A Grande Tribulação será o período que se instalará no mundo logo após o arrebatamento da Igreja. Este ensino - além de estar em outras passagens bíblicas - figura na profecia de Daniel, a quem Deus revelou esse singular tempo de sete anos.
  Nesse período ocorrerá extremo sofrimento - manifesto em fomes, perseguições, guerras, cataclísmas, terremotos e aflições,- como nunca reportado na História (Dn 12.1; Mt 24.21; Mc 13.19). O profeta Jeremias vinculou a Grande Tribulação a Israel, chamando-a de tempo de angústia para Jacó (Jr 30.7).

3.2. As ressurreições para a vida e para a morte eterna
  A palavra ressurreição, do grego anhistemi e egeiro, significa "levantar-se, voltar à vida, ficar de pé e erguer-se". No latim, o vocábulo é ressurectio, com o sentido de "ato de ressurgir, voltar à vida e reanimar". Em Daniel, temos dois tipos de ressurreições:
  A primeira - chamada de ressurreição para a vida eterna (Dn 12.2; Jo 5.29); dos justos (Lc 14.14; At 24.15); superior (Hb 11.35); e primeira (Ap 20.5,6) (a ressurreição para a vida eterna) - acontecerá imediatamente antes do arrebatamento dos salvos (1 Co 15.51,52);
  A segunda - conhecida como vergonha e desprezo eterno (Dn 12.2); da condenação (Jo 5.28,29); e dos injustos (At 24.15) ocorrerá após o Milênio e será seguida do tribunal do trono branco, no qual serão julgados aqueles que viveram nos deleites do pecado, sendo lançados no lago de fogo e enxofre (Ap 20.11-15).

3.3. O desenvolvimento da tecnologia e da Ciência 
  A multiplicação do saber e o avançado desenvolvimento científico é um dos sinais - já cumpridos na atualidade - a respeito da volta do Senhor para arrebatar Sua amada noiva, a Igreja (Dn 12.4).

CONCLUSÃO
  A mensagem final do livro de Daniel enche-nos de alegria e esperança. Será um tempo glorioso, no qual nosso Senhor Jesus Cristo reinará sobre toda a terra.
  O Seu Reino será introduzido pelo poder de Deus, não pela mão do homem (Dn 2.44; 7.27). Maranata, ora vem Senhor Jesus (Ap 22.20)!

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO 
1. Cite os dois príncipes mencionados na profecia das setenta semanas. 
R.: Jesus, o Messias; e o príncipe que há de vir, o anticristo.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48998079439 (Whatsapp) 

domingo, 17 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 12 / Revista nº 72

                                            

A Soberania de Deus na História

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Daniel 2.16-23,47
16- E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação.
17- Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,
18- para que pedissem misericórdia ao Deus dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 
19- Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu.
20- Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força;
21- ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes.
22- Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz.
23- Ó Deus de meus pais, eu te louvo e celebro porque me deste sabedoria e força; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.
47- Respondeu o rei a Daniel e disse: Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos segredos, pois pudeste revelar este segredo.

TEXTO AUREO
  Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba. Daniel 4.37

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Daniel 2.21,22
O Soberano sobre reis
3ª feira - Daniel 2.47
O Senhor dos reis
4ª feira - Daniel 4.1-3
O Soberano engrandecido por Nabucodonosor
5ª feira - Daniel 4.17
O Soberano sobre os reinos dos homens
6ª feira - Daniel 6.26,27
O Soberano que tudo realiza
Sábado - Daniel 7.13,14 
O Soberano que domina sobre tudo e todos

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
  Compreender o atributo incomunicável de Deus, Sua soberania;
  Entender a soberania do Altíssimo na História; 
 Conscientizar-se de que o soberano plano de Deus não pode, jamais, ser ofuscado ou impedido.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Os doze capítulos do livro de Daniel sempre despertaram muito interesse e costumam ocupar espaço nos grandes de- bates teológicos.
  O livro como um todo tem basicamente duas seções: a histórica (caps. 1-6) e a profética (caps. 7-12). Nele observamos a ação do Soberano na história das nações e na vida das pessoas, individualmente.
  Caro professor, enfatize a grandeza e o domínio de Deus no governo de todas as coisas. Ele não apenas diz o que vai acontecer, Ele é poderoso para cumprir tudo o que Sua vontade desejar.
  Tenha uma aula abençoada.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Na Bíblia Judaica a - Tanakh -, o livro de Daniel faz parte do Ketuvim, ou Escritos. O tomo possui duas grandes divisões: a primeira (caps. 1-6) contempla uma narrativa histórica; a segunda (caps. 7-12), uma narrativa profética, ou apocalíptica.
  O livro versa sobre a soberania e o controle de Deus na História; além de destacar o privilégio e a importância da fidelidade ao Senhor. Ao longo de seus 12 capítulos, o livro revela que Deus zela por Seus servos, provendo livramentos, bênçãos e proteção diante das adversidades e tribulações.
  Na profecia de Daniel, fica evidente que o futuro está nas mãos de Jeová, que a todos e tudo guia com propósito e sabedoria inigualável, visando sempre a um fim glorioso.
  Com uma mensagem clara e objetiva, Daniel afirma que os céus, todos os reinos humanos e seus poderosos estão de- baixo do governo eterno do Soberano do Universo (Dn 2.20-23,47; 4.37).

1. O ÚNICO E SOBERANO DEUS
  No livro profético de Daniel, Deus revela-se como o Soberano sobre toda a Criação. Ele não é apenas o Criador; por direito legal. Ele é a mantenedor de tudo que há nos céus e na terra (SI 24.1,2).
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  O conceito de soberania expressa o fato de Deus ser o Senhor, chefe supremo, dono, amo e autoridade máxima sobre todas as coisas. Chamá-lo de Senhor é reconhecer a grandeza de Seu majestoso caráter e o Seu poder de agir livremente, da maneira que desejar, sem admitir quaisquer influências nem ceder às pressões à Sua volta (Is 43.13).
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1.1. O atributo divino da soberania
  A palavra atributo, no campo teológico, descreve aquilo que Deus é e realiza, correspondendo, deste modo, às Suas qualidades essenciais. A soberania do Altíssimo não pode ser encarada como uma barreira capaz de impedir o Seu relacionamento com o ser humano.
  O Deus revelado nas Escrituras não pode ser manipulado como um fantoche; ao contrário, é Ele quem governa sobre tudo e todos, com au-tonomia, sabedoria, retidão e justiça, podendo realizar tudo o que desejar, segundo Sua boa e perfeita vontade.
1.1.1. A soberania divina no livro de Daniel
  Em Daniel, o Soberano revela-se como o Deus dos céus; afinal, as grandes determinações da vida não são tomadas neste chão, mas na eternidade (Dn 4.26). A vida e o caminho de todos os homens estão em Suas poderosas mãos (Dn 5.23). 
  O Senhor revelou a Daniel o sonho do ímpio Nabucodonosor, e, por ele, o jovem foi reverenciado (Dn 2.18,19,47; 4.37). Deus é o único capaz de revelar os segredos que a sabedoria e a ciência humana são incapazes de descobrir (Dn 2.27-30).  
  Nabucodonosor só fora alçado ao posto de imperador pela exclusiva vontade divina (Dn 2.37). Ele, no entanto, levantará um Reino -o de Cristo,- que jamais será destruído (Dn 2.37,44).

1.2. A soberania de Deus sobre as nações
  Na cultura babilônica, havia a crença de que os deuses se comunicavam por meio de manifestações oníricas. Caso a pessoa se esquecesse do conteúdo de um sonho, ela corria sérios riscos de receber um duro juízo por esse descuido.
  Os sábios da Babilônia haviam reconhecido a impossibilidade de revelarem o teor do sonho de Nabucodonosor. Deus, no entanto, não apenas o revelou, mas deu ao imperador, por intermédio de Daniel, sua devida e correta interpretação. O profeta, em gratidão, adorou ao soberano Deus (Dn 2.19-23).
1.2.1. O conteúdo do sonho de Nabucodonosor
  A mensagem do sonho de Nabucodonosor faz uma apresentação da soberania de Deus sobre os reinos humanos que surgiriam no transcorrer da História. Ao olhar para o passado dos levantes imperialistas, é possível constatar que a mensagem profética, revelada por intermédio de Daniel, referia-se aos Impérios Babilônico, Persa, Grego e Romano. Depois desses, surgiria um reino diferente de todos eles, que encheria a terra.
  O sonho de Nabucodonosor sobre a estátua, que era imensa grande em esplendor (Dn 2.31), tinha o seguinte significado: e
  A cabeça representava o governo centralizado e totalitário do Império Babilônico implementado por Nabucodonosor. A ênfase ao ouro alude ao destaque que obtiveram na área do conhecimento, da arte e da engenharia (Dn 2.32,37,38; 5.18,19).
  O peito e os braços da estátua representavam o Império Medo-persa, formado pela união de duas nações (Dn 2.32,39). A ênfase à prata alude ao fato de o imperador não governar sozinho; sua autoridade era limitada - isto é, o comando era compartilhado entre o imperador e a nobreza, que participava de forma efetiva (Dn 6.14,15).
  O ventre e as coxas representavam a união entre os reinos da Macedônia e da Grécia. A ênfase ao bronze corresponde à fusão desses impérios, que ficou conhecida na História como o Grande Império Grego, com seu poderoso comandante Alexandre, o Grande e seus generais (Dn 2.32,39).
  As pernas e pés representavam o Império Romano. A ênfase ao ferro (pernas) corresponde à divisão do reino romano (o ferro representando sua dureza e durabilidade). Os pés e dedos representam o reino do anticristo, que será uma mistura de barro (democracia) e ferro (ditadura).

1.2.2. O reino do anticristo e do Cristo
  No momento presente, é possível observar, de forma nítida, a formação do futuro reino do anticristo, que será formado por dez nações (= dez dedos dos pés). Este, no entanto, será fragorosamente derrotado pelo Senhor Jesus Cristo e por Seus exércitos ao final da Grande Tribulação (Ap 17.12- 14; 19.11-21).
  O Reino de Cristo não precisará de qualquer colaboração humana, pois será estabelecido pelo soberano Deus (Dn 2.44-45).

1.3. A soberania de Deus sobre pessoas e indivíduos
  A soberania divina também se manifesta sobre indivíduos. Nabucodonosor, a quem Deus chamou de meu servo (Jr 25.8- 26), recebeu autoridade sobre homens - e até sobre os animais e aves do céu - para conquistar o mundo de sua época, incluindo o povo de Judá (Dn 2.37,38; 5.18,19). 
  O imperador Ciro, de igual modo, foi chamado de servo do Senhor dos senhores. Ele venceu os babilônios e decretou o retorno dos israelitas à sua amada terra - quando os 70 anos de cativeiro se completaram, conforme palavra dada ao profeta Jeremias, - para reedificarem a cidade de Jerusalém (Is 44.21- 28; Jr 29.10; Ed 1.1,2).
  Percebe-se, pelo estudo das Escrituras, que Deus, em Sua soberania, domina as políticas nacionais e internacionais. No momento certo, Ele intervém, constituindo e destituindo impérios e governantes. Ele levantou a Babilônia, com Nabucodonosor, como vara de correção para corrigir a idolatria e os pecados de Judá.
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  Todos os governantes precisam ouvir o que Nabucodonosor ouviu: Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles (Dn 4.17).
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2. OS EFEITOS DA SOBERANIA DE DEUS
  A soberania de Deus coloca toda a Criação sob o Seu eixo. Por Seu poder e justiça, o Altíssimo a todos limita, impondo enquadramentos às presunções dos poderosos, que acham que podem agir livremente.

2.1. Deus abate a soberba humana
  Nabucodonosor aprendeu da maneira mais difícil possível que, acima dele, estava o que domina sobre o tempo, homens enações. Assim, Deus lhe concedeu mais um sonho.
  Dessa vez, o imperador lembrava-se do que sonhara, mas ninguém entre os seus sábios foi capaz de interpretar o conteúdo do sonho. Mais uma vez, depois de um tempo atónito, Daniel recebeu do Senhor a revelação (Dn 4.4-19). Nela ficou evidente que o rei deveria humilhar-se diante de Deus para não ser abatido.
2.1.2. O pecado da soberba
  Após doze meses da interpretação do sonho, Nabucodonosor manifestou sua soberba. Olhando para a grandeza do seu império, ele caiu na armadilha da vaidade e do orgulho (Dn 4.30). Sem dúvida, a soberba exalta o coração, endurece o espírito e promove a queda (Dn 5.20,21).

2.2. Deus abate a profanação ao Seu santo nome
  O rei Belsazar promoveu um grande banquete para mil homens poderosos. A festa foi regada a prostituição, vícios e idolatria. Não satisfeitos, eles profanaram os utensílios que haviam sido santificados ao Deus de Israel em um ato de grave afronta à santidade de Jeová (Dn 5.1-4).
  De forma surpreendente, pela ação divina, apareceram uns dedos de mão de homem escrevendo nas paredes do palácio real, e o rei mudou o seu semblante.
  Mais uma vez, ninguém entre os mais capazes e inteligentes sábios babilônios conseguiu interpretar a escrita (Dn 5.5-9). Porém, ainda existia um homem que não se deixara contaminar com o pecado: Daniel. Assim, por orientação da rainha-mãe, o rei mandou chamá-lo (Dn 5.10-12).
  Como um arauto do supremo Soberano, Daniel anunciou a gravidade do pecado do rei e da sua corte e decretou o juízo divino sobre o reino. Este deixaria de existir e o rei Belsazar seria morto naquela mesma noite, para que todos entendessem que do Altíssimo ninguém zomba (Dn 5.17-30).

3. DEUS ESTÁ ATIVO NA HISTÓRIA
  O Pai eterno manifesta a Sua graça e amor, livrando o Seu povo das arbitrariedades dos poderosos e de todo tipo de adversidades. Dentre outras maneiras, Deus se faz ativo na História das seguintes formas:

3.1. O Eterno protege o Seu povo
  Os amigos de Daniel: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, em razão da sua fidelidade ao Senhor, enfrentaram uma prova de fogo. Nabucodonosor determinara a adoração a uma estátua de ouro, construída por ele, para que todas as autoridades do reino lhe demonstrassem fidelidade (Dn 3.1-8).
  Os homens judeus, no entanto, não cederam à pressão real; eles não negociaram a sua fé em troca de posições privilegiadas no reino nem temeram a morte. Assim, diante da firmeza dos amigos de Daniel, o rei mandou aquecer a fornalha sete vezes mais, na tentativa de fazê-los negar a sua fé. Entretanto, o Eterno, em Sua fidelidade, protegeu-os das chamas e da ira do rei (Dn 3.19-29).

3.2. O Eterno faz o que os soberanos terrenos não podem fazer
 Nabucodonosor desejou humilhar e destruir cruelmente os servos fiéis do Altíssimo, mas não conseguiu, pois o Soberano livrou-os da fornalha (Dn 3.24-28).
  Belsazar profanou os utensílios sagrados, pensando que suas divindades teriam vencido o Deus de Israel, mas contemplou o peso da mão divina e a dureza do Seu juízo (Dn 5.17-30).
  Dario pretendeu livrar o profeta Daniel da cova dos leões, mas não pôde, pois acima dele estavam as leis dos medo-persas. O Deus vivo, no entanto, que a ninguém pode ser comparado, não permitiu que os leões atacassem Seu servo fiel (Dn 6).

CONCLUSÃO
  Soberania divina e responsabilidade humana são princípios que andam de mãos dadas: um não exclui o outro. Para ser alguém tão abençoado na Babilônia, Daniel teve de assumir responsabilidades intransferíveis: a de não se contaminar com as s iguarias do rei e a de dedicar-se ao estudo da Palavra e à consagração pessoal. Por ter-se mantido fiel naquele ímpio império, o profeta foi honrado pelo Senhor.
  Os servos do Altíssimo podem descansar no Deus de Daniel, pois Ele é fiel e poderoso para fazer cumprir Sua Palavra, pronunciada acerca do futuro da humanidade, da Igreja e dos reinos da terra (Is 46.9,10; Mt 16.18; Dn 4.33).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. O que se entende por soberania divina?
R.: O conceito de soberania divina expressa o fato de Deus ser o Senhor, chefe supremo, o dono, amor e autoridade máxima sobre todas as coisas.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp) 

sábado, 9 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 11 / Revista nº 72

                                           

O Caráter de Daniel

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Daniel 6.1-8
1- E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte presidentes, que estivessem sobre todo o reino;
2- e sobre eles três príncipes, dos quais Daniel era um, aos quais esses presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
3- Então, o mesmo Daniel se distinguiu desses príncipes e presidentes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino.
4- Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa.
5- Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus.
6- Então, estes príncipes e presidentes foram juntos ao rei e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive eternamente!
7- Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, capitães e governadores tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
8- Agora, pois, ó rei, confirma o edito e assina a escritura, para que não seja mudada, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar.

TEXTO AUREO
Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová. Ezequiel 14.14

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Ezequiel 14.16-20 
Daniel, justo diante de Deus
3ª feira - Daniel 1.8 
Daniel, firme nas decisões
4ª feira - Daniel 5.17-28 
Daniel, verdadeiro em suas palavras
5ª feira - Daniel 6.3,4 
Daniel, caráter elogiado pelos adversários
6ª feira - Daniel 6.10,11 
Daniel, caráter moldado na oração
Sábado - Daniel 5.11,12 
Daniel, caráter forjado para permanecer

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
  Entender que a vida de comunhão com Deus é determinante na formação do caráter;
  Compreender que o caráter sempre será submetido à prova;
  Estar atento ao fato de que o caráter de alguém é conhecido por suas atitudes.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, nas últimas lições desta revista estuda remos o livro profético de Daniel, por muitos estudiosos chamado de Apocalipse do Antigo Testamento.
  Daniel marcou sua geração e tornou-se um exemplo para as futuras gerações de jovens e servos do Senhor, por manter um caráter firme diante de todas as provas e tentações.
  Não se esqueça de destacar em sua aula os aspectos do caráter de Daniel. Assim, seus alunos o terão como modelo para um viver de fidelidade e obediência a Deus em meio a uma geração má, corrupta e corruptora.
  Reforce o fato de que o segredo de um caráter puro é uma vida de estreita comunhão com o Senhor e observância à Sua Palavra.
  Tenha uma aula abençoada.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  No livro profético de Daniel, aprendemos muito sobre o homem que, usado por Deus, deixou-nos um exemplo de vida e retidão.
  Daniel é como um farol em meio às trevas. O seu caráter, como uma pedra preciosa, brilhou em uma época de escuridão e sombras. Desde o dia em que chegou ao palácio real de Nabucodonosor, na cidade da Babilônia, em uma corte repleta de pessoas más e perversas, o profeta fez-se diferente, mantendo-se fiel a Deus e à Sua Palavra. Com seu comporta mento, ele exaltou ao Senhor de Israel.

1. A FIRMEZA DE CARÁTER DE DANIEL
  Caráter (gr. caractér, de charássein - sentido etimológico gravar ou coisa gravada) é um conjunto de disposições psicológicas que expressam os comportamentos habituais de uma pessoa.
  Segundo as Escrituras, Daniel possuía um caráter marcante: ele viveu em uma corte corrupta, longe de seus pais desde a juventude, mas manteve-se integro, como um fiel e temente servo de Deus.
  Com Daniel aprendemos o valor de um caráter que resiste ao tempo, às tentações, pressões e dificuldades para evidenciar a grandeza do único e soberano Senhor.

1.1. Caráter firme desde a juventude
  Nos primeiros dois versículos do livro de Daniel, fica claro que não foi o poderio dos exércitos da Babilônia ou as estratégias de Nabucodonosor que levaram a cidade de Jerusalém à derrota, Judá caiu diante dos seus inimigos pela permissão divina (Dn 1.1,2).
  Quando chegou à Babilônia como cativo, Daniel, possivelmente, ainda estava na adolescência - ele deveria ter, à época, entre 15 e 18 anos de idade. Em terras estrangeiras, o jovem rapaz enfrentou todo tipo de privações e desafios incluindo o distanciamento de seus familiares, lideres e sacerdotes. Mas, ele sabia que não estava longe dos olhos do Senhor (Dn 1.4). 
  Como jovem, Daniel enfrentou a tentação do deslumbramento; afinal, ele recebera a oportunidade de servir na capital do mundo deentão no palácio real - e ao homem mais poderoso da época - Nabucodonosor, - que muito poderia fazer por ele. Mas, o rapaz manteve-se humilde, obediente e fiel ao seu Senhor (Hb 11.24-26); assentando de seu coração não se contaminar com os manjares, iguarias e bebidas oferecidas no palácio (Dn 1.8).
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  A expressão "assentou em seu coração" (Dn 1.8) tem o sentido de "determinar, fixar, resolver e decidir-se". Daniel ficou firme em sua resolução porque a comida do palácio estava contaminada era oferecida aos ídolos da terra. Assim, o jovem decidiu manter-se puro diante de Deus.
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1.2. Características do caráter de Daniel
  O profeta Ezequiel, contemporâneo de Daniel, que estava entre os cativos no rio Quebar (Ez 1.1), recebeu do Senhor uma mensagem que ressaltava o caráter de Daniel como praticante da justiça (hb. sedhāgāh (Ez 14.14,18). = virtude moral e retidão).
  Daniel era um homem reto, isento de faltas, erro, vício ou culpa (Dn 6.4); nele não havia corrupção ou dolo. As principais marcas do seu caráter eram: retidão, obediência, incorruptibilidade e fidelidade.

1.3. Testemunhas do caráter de Daniel
  As testemunhas de um fato são as pessoas que o presenciaram e podem falar sobre o que viram.
  O primeiro testemunho da retidão de Daniel foi dado pelo próprio Deus, por intermédio do profeta Ezequiel (Ez 14.14,18, 20).
  Os adversários de Daniel, impulsionados pela inveja, ates. taram a idoneidade do profeta e constataram a integridade de seu caráter (Dn 6.4).
  A rainha-mãe, diante da corte iníqua do rei Belsazar, testemunhou o caráter de um dos cativos de Judá, a quem o rei Nabucodonosor dera o nome de Beltessazar, mas que deveria ser chamado pelo seu nome de batismo - Daniel (= Deus é Juiz) (Dn 5.12). Nem os presentes mais desejados puderam comprar a fidelidade de Daniel. Sua vida e ministério não estavam à venda, eram inegociáveis. Sem temer a opinião pública, ou a reação do rei e da sua corte, o profeta interpretou com exatidão o sentido da escritura na parede (Dn 5.17-30).
  Diante de Dario, Daniel declarou: Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi acha da em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum (Dn 6.21,22), Então, o rei mandou retirar o profeta da cova e deu testemunho de sua fé em Deus (Dn 6.23).

2. OS SEGREDOS DO CARÁTER FIRME DE DANIEL
  Com Daniel aprendemos que a intimidade com Deus é o segredo para um caráter firme e resistente ao tempo e às tentações. É no relacionamento com o Senhor que o caráter cristão vai sendo moldado, como o barro nas mãos do oleiro (Jr 18.4).

2.1. A vida devocional
  A oração fazia parte da vida de Daniel. Na Babilônia, ainda muito jovem, junto com seus três amigos, o profeta pediu ao Senhor que revelasse o conteúdo e o significado do sonho de Nabucodonosor, o imperador babilônio. De forma extraordinária, Deus não apenas revelou o que o rei havia sonhado, mas, também, deu ao jovem a interpretação exata do sonho (Dn 2.17-23).
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  Na oração, Deus revela a Sua fidelidade e libera o Seu poder para proteger os Seus servos fiéis e derrotar os Seus opositores (Dn 6.12-28). A oração torna- -nos íntimos do Senhor e faz-nos conhecidos nos céus (Dn 10.12). A oração gera um espírito quebrantado e humilde (Dn 9.4-19).
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2.1.1. Características da vida de oração de Daniel
  Daniel orava com as janelas abertas em direção à cidade de Jerusalém o profeta estava familiarizado com a oração do rei Salomão na consagração do primeiro Templo ao Senhor (1 Rs 8.44-50). As promessas motivavam o profeta a não parar de orar, afinal, Deus ouve e age em favor dos Seus servos que, humildemente, inclinam-se diante de Sua majestade.
  Nos desdobramentos do livro, pode-se perceber que Daniel: (a) tinha disposição para orar em meio às adversidades (v. 17,18); (b) confiava no poder e na sabedoria divina (v. 20); (c) possuía um local determinado para sua prática (Dn 6.10b); (d) orava com frequência, regularidade e persistência (Dn 6.10c); e (e) sabia levantar ações de graças e súplicas ao Senhor (Dn 6.10d,11).

2.1.2. Oração e jejum: uma combinação vitoriosa
  Daniel ainda nos ensina sobre a combinação vitoriosa de oração e jejum, conforme orientação de Cristo aos seus discípulos (Mt 17.21). Por anos a fio, ele manteve a prática salutar do jejum parcial, quando decidiu não se contaminar com as comidas e bebidas do palácio babilônico; por isso, foi grandemente abençoado por Deus (Dn 1.11-15).

2.2. A meditação na Palavra de Deus
  Como um dedicado estudioso das Escrituras, Daniel entendeu - pelos escritos do profeta Jeremias, um de seus contemporâneos - que o período do cativeiro babilônico seria de 70 anos, e esse tempo estava terminando (Jr 25.11,12). Assim, ele se propôs a orar com humildade e quebrantamento diante do Eterno (Dn 9.2,3). Como Daniel, todo salvo em Cristo precisa orar e clamar a Deus pelo cumprimento das Suas promessas reveladas nas Escrituras.
  O estudo da Palavra levou o profeta Daniel a orar e a confessar os seus pecados e os pecados da nação (Dn 9.4-20). Para alcançarmos uma vida vitoriosa na oração, precisamos seguir os princípios que o manual divino da oração nos ensina.

3. AS BÊNÇÃOS DESTINADAS AOS FIRMES DE CARÁTER
  A firmeza de caráter não pode ser apenas um desejo; antes, deve tornar-se um sólido objetivo a ser alcançado. Como na vida de Daniel, a firmeza de caráter abre uma grande via para o recebimento de incontáveis bênçãos, como as descritas nos subtópicos seguintes.

3.1. Livramentos divinos
  Dentre os Profetas Maiores, o livro de Daniel é o que apresenta um maior número de livramentos. Daniel escapou da morte logo em seus primeiros anos na Babilônia, quando Nabucodonosor ordenou o extermínio de todos os seus sábios, porquanto não eram capazes de decifrar o sonho que ele (o imperador) tivera à noite. Mas, Deus deu livramento aos sábios da Babilônia, tanto quanto ao profeta e a seus três amigos, revelando a Daniel o sonho de Nabucodonosor e o seu significado (Dn 2.1-14).
  Daniel foi lançando na cova dos leões, acusado traiçoeira- mente por seus opositores, sem que houvesse qualquer fato concreto que pudesse manchar o seu caráter impoluto. No entanto, o Senhor julgou a causa do Seu servo e poupou-lhe a vida de maneira extraordinária, não permitindo que os leões The causassem qualquer dano (Dn 6.16-24). É reconfortante viver de maneira digna, sempre confiando na providencia e na fidelidade de Deus.

3.2. Portas abertas
  A vida integra de Daniel serviu como uma chave, que abria portas para ele tornar-se bem-sucedido e respeitado durante o tempo em que esteve no cativeiro babilônico.
  O próprio rei Dario planejava promovê-lo para uma função que ainda não existia no Império exclusivamente para o profeta, pois era um homem honesto - tal função seria criada e confiável (Dn 6.1-3). Seu comportamento singular atraiu a atenção e a inveja dos seus companheiros de serviço, mas estes apenas confirmaram a lisura das suas atividades e a pureza do seu caráter.
  Sempre vale a pena viver com transparência e honestidade diante de todos; tal atitude glorifica o nome do Senhor e abre portas inimagináveis entre os homens.

3.3. Revelações divinas
  Viver na dependência de Deus permite-nos receber Suas orientações e revelações.
  Daniel era um homem sensível, a quem o Senhor revelou o conteúdo e o significado do sonho de Nabucodonosor (Dn 2). Este evento teve implicações na vida daquela nação e na vida das gerações vindouras (Dn 5.24-30).
  Além disso, Jeová concedeu a Daniel visões e profecias sobre a história dos futuros reinos mundiais, sua moral, suas guerras e influências (Dn 7 e 8).
  A comunhão com o Eterno precisa ser estreitada de forma urgente, pois isto viabiliza a transformação do caráter, o crescimento espiritual e a intimidade com Ele. Pela comunhão e intimidade com Deus, tem-se acesso aos seus mistérios, que são revelados aos homens para Sua exclusiva glória e exaltação.

CONCLUSÃO
  Dentre outras lições, o livro de Daniel ensina-nos que Deus está no controle da História. É Ele quem estabelece e destitui os reinos e seus governantes (Dn 2.21).
  No plano pessoal, o livro ensina-nos que a pureza de caráter é pré-requisito para a comunhão com o Eterno, para o testemunho de fé e para a manifestação dos grandes feitos do Senhor.
  O caráter está acima dos dons, talentos, habilidades e capacidades pessoais; este começa a revelar-se na juventude e desenvolve-se com o passar dos anos (Dn 1.8; 5.12.16).
  Antes de sermos capazes de desempenhar bem uma profissão, precisamos dar mostras de um caráter exemplar. Por intermédio de um caráter transformado, é possível resistir às tentações e pressões que a vida impõe a todos.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite as testemunhas do caráter exemplar do profeta Daniel. 
R.: Deus; seus companheiros de trabalho; a rainha-mãe; e o rei persa, Dario.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

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